No início deste eu escrevi isto, fiz uma lista de desejos que queria
concretizar e ainda nesse mesmo dia mandei uma mensagem às minhas amigas a
dizer-lhes o quanto gosto delas, quão importante para mim tinha sido o apoio
delas até ali, e que me ia inspirar nelas este ano para correr riscos e
aproveitar oportunidades. Ia vencer o medo de falhar, ia tentar e depois ver no
que dava.
Já se passaram dez meses. Nada mudou.
Apercebi-me disto há uns dias e desde então que tenho sentido pequenos
ataques de pânico. E a culpa é minha, totalmente minha. Não há cá desculpas de
que não houve oportunidade, de que o momento certo não surgiu, de que o tempo
foi curto. Nada disso.
Nada mudou porque eu não fiz para que algo mudasse. Eu mantive-me igual,
com a mesma atitude desleixada, preguiçosa e negativa. E não sabem o quanto isso
me chateia.
Hoje eu pensei: ainda faltam dois meses e meio para o final do ano, certo?
Muita coisa pode mudar em dois meses e meio. Eu poderia estar agora a colher
aquilo que semeei ao longo dos últimos meses, mas em vez disso vou semear e
colher o máximo que puder neste tempo que resta. Vai ser como numa estufa - e
perdoem-me estas analogias à agricultura, mas são os efeitos de vários meses a
trabalhar na tese de mestrado.
Daqui a nada voltaremos a este assunto, mesmo que não seja para dar boas notícias.
Daqui a nada voltaremos a este assunto, mesmo que não seja para dar boas notícias.
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