8 de setembro de 2017

REFLEXÕES

A lembrança que tenho daquele dia, até ter terminado da forma que terminou, era a do dia mais feliz dos últimos tempos.

Sentia-me mais feliz do que nunca, mais bonita do que nunca. Estava confiante e entusiasmada. Aquele dia poderia ter dado uma reviravolta tão positiva à minha vida...

E agora, basta que sinta um segundo de felicidade, um pingo de vaidade, que me vejo de volta àquele momento.

Questiono-me vezes e vezes sobre o sentido da vida, sobre as voltas que a vida dá, sobre os obstáculos que aparecem quando menos esperamos.

Eu sempre fui vaidosa, mas não ao ponto daquele dia. Eu senti-a mesmo bonita, estava satisfeita, interior e exteriormente, comigo. Estava confiante.

Conhecem aquela expressão "believe in yourself"? Eu nunca fui assim! Eu rodeio-me de amigas que são o oposto do que eu sinto que sou e isso sempre me fez sentir inferior a elas. Como se eu não fosse suficientemente boa. E isto não tem a ver com elas, as minhas amigas são boas pessoas e boas amigas. Tem a ver comigo e com as inseguranças que sempre senti.

Eu sou uma Lady mas isso não passa de uma máscara. Eu sou gorda, desastrada e desleixada. Não sou inteligente nem intelectual. Tenho um humor instável e sou sensível em relação a críticas. E sempre estive ciente disso. E à minha maneira, sempre tentei dar a volta por cima. Aparentemente.

Usava a minha roupa sem graça do costume mas colocava uns brincos vistosos para me sentir melhor. O meu cabelo estava uma bagunça mas um batom colorido remediava o problema. Mas lá no fundo, sem o batom e os brincos eu era só esta pessoa que continuava a sentir-se menos do que os outros.

Eu era uma pessoa engraçada, com muita piada, e as pessoas à minha volta gostavam disso. Não será essa  mais uma forma de me chegar às pessoas, de fazer com que gostem de mim e me valorizem? E ultimamente não tenho estado para aí virada, então, o que mais fará com que as pessoas se interessem por mim?

(Vejam, eu nunca vi isto como um issue porque eu via-me como a artista - don't ask - e todos os artistas têm necessidade dos seus minutos de atenção.)

E voltando àquele dia, eu estava verdadeiramente feliz, ao contrário de qualquer momento anterior. E o facto daquele dia ter terminado daquela forma fez com que eu voltasse um passo atrás.

Agora, sempre que me visto melhor penso naquele dia, sempre que me maquilho questiono-me sobre a necessidade de tal. Para quê estar a ter tanto trabalho se do nada algo de mau poderá vir a acontecer.

E eu sei que este é um raciocínio derrotista, mas este é um problema que eu tenho e que ainda não o consegui ultrapassar. É difícil.

Lamento que este post seja muito confuso e deprimente, mas como disse, são problemas por resolver e que neste momento precisava de os partilhar. Como eu não sou pessoa de desabafar tão profundamente com alguém, esta era a única forma de aclarar a mente.

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